SIMULADO

QUESTÕES SOBRE BRASIL COLÔNIA III

1. (UECE-2007) “Caio Prado Jr. procurou mostrar que a estrutura colonial (latifúndio, monocultura, escravismo) surgiu por causa dos interesses da Metrópole em ter uma área que produzia artigos tropicais que seriam exportados para o mercado europeu. Pesquisas mais recentes afirmam que não se pode exagerar a importância da plantation e do mercado externo na estrutura da produção colonial”.

Fonte: FRAGOSO, João e FLORENTINO, Manolo. O Arcaísmo como Projeto. Rio de Janeiro: Diadorim, 1993, pp. 15-31.

Com base no fragmento acima, considere as seguintes afirmativas:

I. Os grandes traficantes de escravos, que viviam no Brasil, estavam entre os mais ricos da Colônia e também compravam terras.

II. O retorno líquido de uma plantation era geralmente inferior ao lucro obtido com o tráfico de africanos.

III. O projeto colonizador não visava lucros, mas criar um sistema hierárquico de poder e de acumulação de terras.

Marque o correto:

a) Somente I e III são verdadeiras.

b) Somente II e III são falsas.

c) Somente I e II são verdadeiras.

d) I, II e III são verdadeiras.

 

2. (Mack-2007) Talvez a mais importante de todas as influências e a menos estudada seja a que derivou não propriamente da tradição africana, mas das condições sociais criadas com o sistema escravista. A existência de dominadores e dominados numa relação de senhores e escravos propiciou situações particulares específicas, marcando a mentalidade nacional. Um dos efeitos mais típicos dessa situação foi a desmoralização do trabalho.

O trabalho que se dignifica, à medida que se resume no esforço do homem para dominar a natureza na luta pela sobrevivência, corrompe-se com o regime da escravidão, quando se torna resultado de opressão, de exploração.

Emília Viotti da Costa - Da senzala à colônia

Partindo do texto, podemos corretamente afirmar que

a) o sistema escravista que vigorou no Brasil ao longo de mais de três séculos, por se sustentar sobre uma relação de dominação, associou depreciativamente a noção de trabalho à de sujeição e aviltamento social, isto é, à condição escrava.

b) a introdução, nas lavouras brasil e iras, de africanos que desconheciam o trabalho levou-o à desmoralização, transformando o, de esforço para dominar a natureza, em mera luta pela sobrevivência.

c) a escravidão foi o único regime possível nos séculos coloniais, pois o trabalho “dignificante” era impraticável em uma natureza hostil como a que encontraram os portugueses no Brasil.

d) a relação entre senhores e escravos, no Brasil colonial, se exprimia, quanto ao trabalho, num conflito entre duas concepções: a de trabalho como “esforço para dominar a natureza” (visão dos senhores) e a de trabalho como “luta pela sobrevivência” (visão dos escravos).

e) a tradição africana, que considerava o trabalho como função exclusiva de escravos, provocou sua desmoralização, sobretudo numa sociedade como a colonial brasileira.

 

3. (Mack-2008) “A escravidão moderna, aquela que se inaugurou no século XVI, após os descobrimentos, é uma instituição diretamente relacionada com o sistema colonial.

A escravidão do negro foi a fórmula encontrada pelos colonizadores para explorar as terras descobertas. Durante mais de três séculos utilizaram eles o trabalho escravo com maior ou menor intensidade, em quase toda a faixa colonial.” 

(Emília Viotti da Costa, Da senzala à colônia)

Estão entre as circunstâncias e os fatores históricos que explicam, no caso brasileiro, a instituição da escravidão mencionada acima, EXCETO

a) a importância econômica que representava, desde o início do século XV, o comércio de escravos africanos como fonte de lucros aos comerciantes metropolitanos, bem como indiretamente à própria Coroa portuguesa.

b) a mansidão dos trabalhadores africanos, afeitos, havia muito, à condição escrava nas selvas africanas, onde tribos subjugavam outras por meio das guerras.

c) a inexistência, em Portugal, de contingentes suficientemente numerosos de trabalhadores livres, que se dispusessem a emigrar para a América, onde trabalhassem em regime de semidependência ou como trabalhadores assalariados.

d) a inexistência então, quer nos princípios religiosos católicos, quer na legislação da Metrópole, de qualquer proibição à escravização de africanos, tanto diretamente aprisionados como comprados a chefes tribais na África.

e) o caráter essencialmente mercantilista da exploração colonial, que favorecia o emprego de uma mão-de-obra igualmente interessante — enquanto mercadoria — ao comércio metropolitano.

 

4. (FUVEST-2009) A criação, em território brasileiro, de gado e de muares (mulas e burros), na época da colonização portuguesa, caracterizou-se por

a) ser independente das demais atividades econômicas voltadas para a exportação.

b) ser responsável pelo surgimento de uma nova classe de proprietários que se opunham à escravidão.

c) ter estimulado a exportação de carne para a metrópole e a importação de escravos africanos.

d) ter-se desenvolvido, em função do mercado interno, em diferentes áreas no interior da colônia.

e) ter realizado os projetos da Coroa portuguesa para intensificar o povoamento do interior da colônia.



5. (VUNESP-2009) Esta Capitania [do Rio de Janeiro] tem um rio muito largo e fermoso; divide-se dentro em muitas partes, e quantas terras estão ao longo dele se podem aproveitar, assim para roças de mantimentos como para cana-de-açúcar e algodão (...) E por tempo hão de se fazer nelas grandes fazendas: e os que lá forem viver com esta esperança não se acharão enganados

Pêro de Magalhães Gandavo. História da Província de Santa Cruz ou Tratado da Terra do Brasil, 1576.

O texto refere-se

a) ao projeto da administração portuguesa de transferir a capital da Colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.

b) à incompetência da elite econômica e política da metrópole portuguesa, que desconhece as possibilidades de crescimento econômico da Colônia.

c) ao perigo de fragmentação política da Colônia do Brasil caso o território permaneça despovoado na sua faixa litorânea.

d) à necessidade de ocupação econômica da Colônia, tendo em vista a ameaça representada pela Inglaterra e pela Espanha.

e) ao vínculo entre o povoamento de regiões da Colônia do Brasil e as atividades econômicas de subsistência e de exportação.

 

6. (VUNESP-2009) Leia os seguintes trechos do poema Vozes d´ África, escrito por Castro Alves em 1868, e assinale a alternativa que os interpreta corretamente.

Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?

(...) 

Há dois mil anos te mandei meu grito,

Que embalde desde então corre o infinito...

(...)

Hoje em meu sangue a América se nutre

– Condor que transformara-se em abutre,

Ave da escravidão

(...)

Basta, Senhor! De teu potente braço

Role através dos astros e do espaço

Perdão p´ra os crimes meus! ...

Há dois mil anos... eu soluço um grito...

(...)

a) O poeta procura convencer a Igreja católica e os cristãos brasileiros dos malefícios econômicos da escravidão.

b) Castro Alves defendeu os postulados da filosofia positivista e da literatura realista, justificando a escravidão.

c) O continente americano figura no poema como a pátria da liberdade e da felicidade do povo africano.

d) Abolicionista, Castro Alves leu em praça pública do Rio de Janeiro o poema Vozes d´ África para comemorar a Lei Áurea.

e) Castro Alves incorpora no poema o mito bíblico da nação do povo africano, cumprido através de milênios pela maldição da escravidão.

 

7. (FUVEST-2010) Os primeiros jesuítas chegaram à Bahia com o governador-geral Tomé de Sousa, em 1549, e em pouco tempo se espalharam por outras regiões da colônia, permanecendo até sua expulsão, pelo governo de Portugal, em 1759.

Sobre as ações dos jesuítas nesse período, é correto afirmar que

a) criaram escolas de arte que foram responsáveis pelo desenvolvimento do barroco mineiro.

b) defenderam os princípios humanistas e lutaram pelo reconhecimento dos direitos civis dos nativos.

c) foram responsáveis pela educação dos filhos dos colonos, por meio da criação de colégios secundários e escolas de “ler e escrever”.

d) causaram constantes atritos com os colonos por defenderem, esses religiosos, a preservação das culturas indígenas.

e) formularam acordos políticos e diplomáticos que garantiram a incorporação da região amazônica ao domínio português.

 

8. (Mack-2002) ... Que diferença entre as duas humanidades. Uma tranquila, onde o homem é dono de todos os seus atos; outra, uma sociedade em explosão, onde é preciso um aparato, um sistema repressivo para manter a ordem e a paz.

Orlando Villas Boas

O texto compara as humanidades europeia e indígena. Sobre esse encontro, no momento do descobrimento do Brasil, NÃO podemos afirmar que:

a) na convivência coletiva e igualitária das ocas, as famílias indígenas participavam, através do escambo, do extrativismo de pau-brasil que, nos primeiros trinta anos, constituiu-se na única atividade econômica na colônia.

b) ao substituir o escambo pela agricultura, os portugueses passaram a escravizar os indígenas, cuja reação foi imediata.

c) a destribalização, a expropriação territorial e a desorganização das instituições tribais foram utilizadas para submeter os nativos. 

d) a resistência indígena sempre ocorreu, mas foi neutralizada pela superioridade militar do homem branco.

e) as guerras justas e a proteção dos jesuítas foram instrumentos eficazes para a preservação cultural e física das tribos brasileiras.

 

9. (FGV-2004) No Brasil colonial, a denominação ladino referia-se:

a) Ao judeu que manteve sua religião durante a ocupação do Nordeste pelos holandeses.

b) Aos escravos africanos considerados aculturados à sociedade colonial.

c) Ao cristão-novo que se dedicava ao tráfico negreiro entre a África e a América.

d) Aos portugueses autorizados a praticar o comércio na América espanhola.

e) Aos africanos alforriados que habitavam os principais núcleos urbanos coloniais.

 

10. (PUC - MG-2007) O padre jesuíta Antonil (João Antônio Andreoni), autor do livro Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas, publicado em Lisboa (1710), afirma com severidade os problemas colocados pelo deslocamento do eixo produtivo colonial do nordeste para o sudeste. Em sua crítica, menciona os danos causados pela descoberta do ouro nas Minas Gerais e os desdobramentos políticos desse processo.

Sobre esse deslocamento da área de produção açucareira para a mineração, assinale a afirmativa

CORRETA.

a) A economia do açúcar, mesmo após a descoberta do ouro, continuou a ser a principal receita brasileira no final do século XVIII, já que garantia a economia exportadora.

b) A mineração, pelo seu valor agregado, possibilitou o financiamento de parte da produção do açúcar nordestino, encalhado pela concorrência comercial do açúcar das Antilhas.

c) Diamantes, ouro e pedras, através do sucesso da economia mineradora, se tornaram os principais produtos das exportações brasileiras durante os séculos XVII e XVIII.

d) A população escrava da região das minas era procedente do estoque de escravos do nordeste, visto que a diminuição da produção açucareira elevou o preço do cativo.

 

11. (UFSCar-2008) A forte e atual presença de usos e costumes dos iorubás na Bahia deve-se

a) à sua chegada no último ciclo do tráfico dos escravos na região, no fim do século XVI e início do XVII.

b) à vitória dos portugueses sobre os holandeses no Golfo da Guiné, de onde vieram para o Brasil numerosos escravos embarcados no forte São Jorge da Mina.

c) ao controle pelos portugueses da costa do Congo, onde obtinham um grande número de escravos, trocados por barras de ferro.

d) à presença numerosa desse povo em Angola, onde era realizado o comércio entre a África e a Bahia, envolvendo escravos e o tabaco.

e) à resistência cultural desses descendentes de escravos oriundos de classe social elevada e de sacerdotes firmemente ligados aos preceitos religiosos africanos.

 

12(PASUSP-2009) Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento da contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de negros africanos que os transformava legalmente em propriedade dos seus senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de jornadas de trabalho excessivas.

Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.

Com base no texto, considere as afirmações abaixo: 

I. O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição.

II. O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea.

III. A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na história do Brasil.

IV. A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento do contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão.

V. As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas formas de escravidão pela legislação brasileira atual.

São corretas apenas as afirmações

a) I, II e IV

b) I, III e V

c) I, IV e V

d) II, III e IV

e) III, IV e V

 

13. (UFMG) Leia o texto. Ele refere-se à capitania de Minas Gerais no século XVIII.

"... ponderando-se o acharem-se hoje as Vilas dessa Capitania tão numerosas como se acham, e que sendo uma grande parte das famílias dos seus moradores de limpo nascimento, era justo que somente as pessoas que tiverem esta qualidade andassem na governança delas, porque se a falta de pessoas capazes fez a princípio necessária a tolerância de admitir os mulatos aos exercícios daqueles oficias, hoje, que tem cessado esta razão, se faz indecoroso que eles sejam ocupados por pessoas em que haja semelhante defeito..." 

(D. João, Lisboa, 27 de janeiro de 1726.)

No trecho dessa carta, o rei de Portugal refere-se à impropriedade de os mulatos continuarem a exercer o cargo de

a) governador, magistrado escolhido entre os "homens bons" da colônia para administrarem a capitania.

b) intendente das minas, ministro incumbido de controlar o fluxo de alimentos e do comércio.

c) ouvidor, funcionário responsável pela administração das finanças e dos bens eclesiásticos.

d) vereador, membro do Senado da Câmara, encarregado de cuidar da administração local.

 

 

14. (Fuvest-SP) Podemos afirmar sobre o período da mineração no Brasil que

a) atraídos pelo ouro, vieram para o Brasil aventureiros de toda espécie, que inviabilizaram a mineração.

b) a exploração das minas de ouro só trouxe benefícios para Portugal.

c) a mineração deu origem a uma classe média urbana que teve papel decisivo na independência do Brasil.

d) o ouro beneficiou apenas a Inglaterra, que financiou sua exploração.

e) a mineração contribuiu para interligar as várias regiões do Brasil e foi fator de diferenciação da sociedade.

 

15. (Cesgranrio-RJ) A expansão da colonização portuguesa na América, a partir da segunda metade do século XVIII, foi marcada por um conjunto de medidas, dentre as quais podemos citar:

a) o esforço para ampliar o comércio colonial, suprimindo-se as práticas mercantilistas.

b) a instalação de missões indígenas nas fronteiras sul e oeste, para garantir a posse dos territórios por Portugal.

c) o bandeirismo paulista, que destruiu parte das missões jesuíticas e descobriu as áreas mineradoras do planalto central. 

d) a expansão da lavoura da cana para o interior, incentivada pela alta dos preços no mercado internacional.

e) as alianças políticas e a abertura do comércio colonial aos ingleses, para conter o expansionismo espanhol.

GABARITO