QUESTÕES SOBRE BRASIL COLÔNIA IV

 1. (Cesgranrio-RJ) A ocupação do território brasileiro, restrita, no século XVI, ao litoral e associada à lavoura de produtos tropicais, estendeu-se ao interior durante os séculos XVII e XVIII, ligada à exploração de novas atividades econômicas e aos interesses políticos de Portugal em definir as fronteiras da colônia.

As afirmações abaixo relacionam as regiões ocupadas a partir do século XVII e suas atividades dominantes.

1) No vale amazônico, o extrativismo vegetal – as drogas do sertão – e a captura de índios atraíram os colonizadores.

2) A ocupação do Pampa gaúcho não teve nenhum interesse econômico, estando ligada aos conflitos luso-espanhóis na Europa.

3) O planalto central, nas áreas correspondentes aos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, foi um dos principais alvos do bandeirismo, e sua ocupação está ligada à mineração.

4) A zona missioneira no Sul do Brasil representava um obstáculo tanto aos colonos, interessados na escravização dos indígenas, quanto a Portugal, dificultando a demarcação das fronteiras.

5) O Sertão nordestino, primeira área interior ocupada no processo de colonização, foi um prolongamento da lavoura canavieira, fornecendo novas terras e mão-de-obra para a expansão da lavoura.

As afirmações corretas são:

a) somente 1, 2 e 4.

b) somente 1, 2 e 5.

c) somente 1, 3 e 4.

d) somente 2, 3 e 4.

e) somente 2, 3 e 5.



2. (UEL-PR) No Brasil colônia, a pecuária teve um papel decisivo na

a) ocupação das áreas litorâneas.

b) expulsão do assalariado do campo.

c) formação e exploração dos minifúndios.

d) fixação do escravo na agricultura.

e) expansão para o interior.

 


3. (Cesgranrio-RJ) "O senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos." O comentário de Antonil, escrito no século XVIII, pode ser considerado característico da sociedade colonial brasileira porque:

a) a condição de proprietário de terras e de homens garantia a preponderância dos senhores de engenho na sociedade colonial.

b) a autoridade dos senhores restringia-se aos seus escravos, não se impondo às comunidades vizinhas e a outros proprietários menores.

c) as dificuldades de adaptação às áreas coloniais levaram os europeus a organizar uma sociedade com mínima diferenciação e forte solidariedade entre seus segmentos.

d) as atividades dos senhores de engenho não se limitavam à agroindústria, pois controlavam o comércio de exportação, o tráfico negreiro e a economia de abastecimento.

e) o poder político dos senhores de engenho era assegurado pela metrópole através da sua designação para os mais altos cargos da administração colonial.

 


4. (Cesgranrio-RJ) Assinale a opção que caracteriza a economia colonial estruturada como desdobramento da expansão mercantil europeia da época moderna.

a) A descoberta de ouro no final do século XVII aumentou a renda colonial, favorecendo o rompimento dos monopólios que regulavam a relação com a metrópole.

b) O caráter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos setores de subsistência, que disputavam as terras e os escravos disponíveis para a produção.

c) A lavoura de produtos tropicais e as atividades extrativas foram organizadas para atender aos interesses da política mercantilista europeia.

d) A implantação da empresa agrícola representou o aproveitamento, na América, da experiência anterior dos portugueses nas suas colônias orientais.

e) A produção de abastecimento e o comércio interno foram os principais mecanismos de acumulação da economia colonial.

 


5. (UNISO) Durante a maior parte do período colonial a participação nas câmaras das vilas era uma prerrogativa dos chamados "homens bons", excluindo-se desse privilégio os outros integrantes da sociedade. A expressão "homem bom" dizia respeito a:

a) homens que recebiam a concessão da Coroa portuguesa para explorar minas de ouro e de diamantes.

b) senhores de engenho e proprietários de escravos.

c) funcionários nomeados pela Coroa portuguesa para exercerem altos cargos administrativos na colônia.

d) homens considerados de bom caráter, independentemente do cargo ou da função que exerciam na colônia.

 


6. (FESO-RJ) "O governo-geral foi instituído por D. João III, em 1548, para coordenar as práticas colonizadoras do Brasil. Consistiriam estas últimas em dar às capitanias hereditárias uma assistência mais eficiente e promover a valorização econômica e o povoamento das áreas não ocupadas pelos donatários."

(Manoel Maurício de Albuquerque. Pequena história da formação social brasileira. Rio de Janeiro: Graal, 1984. p. 180.)

As afirmativas abaixo identificam corretamente algumas das atribuições do governador-geral, à exceção de:

a) Estimular e realizar expedições desbravadoras de regiões interiores, visando, entre outros aspectos, à descoberta de metais preciosos.

b) Visitar e fiscalizar as capitanias hereditárias e reais, especialmente aquelas que vivenciavam problemas quanto ao povoamento e à exploração das terras.

c) Distribuir sesmarias, particularmente para os beneficiários que comprovassem rendas e meios de valorizar economicamente as terras recebidas.

d) Regular as alianças com tribos indígenas, controlando e limitando a ação das ordens religiosas, em especial da Companhia de Jesus.

e) Organizar a defesa da costa e promover o desenvolvimento da construção naval e do comércio de cabotagem.

 


7. (UFMG) Leia o texto.

“A língua de que [os índios] usam, toda pela costa, é uma: ainda que em certos vocábulos difere em algumas partes; mas não de maneira que se deixem de entender. (...) Carece de três letras, convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não tem Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem desordenadamente (...)."

(GANDAVO, Pero de Magalhães, História da Província de Santa Cruz, 1578.)

A partir do texto, pode-se afirmar que todas as alternativas expressam a relação dos portugueses com a cultura indígena, exceto:

a) A busca de compreensão da cultura indígena era uma preocupação do colonizador.

b) A desorganização social dos indígenas se refletia no idioma.

c) A diferença cultural entre nativos e colonos era atribuída à inferioridade do indígena. 

d) A língua dos nativos era caracterizada pela limitação vocabular.

e) Os signos e símbolos dos nativos da costa marítima eram homogêneos.

 


8. (Fuvest-SP) Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu, com visão de mundo calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e sua cultura. A acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado decréscimo foram:

a) a captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosí.

b) as guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos.

c) o canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos naturais.

d) as missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da borracha.

e) as epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios.

 


9. (Fuvest) “A fundação de uma cidade não era problema novo para os portugueses; eles viram nascer cidades nas ilhas e na África, ao redor de fortes ou ao pé das feitorias; aqui na América, dar-se-ia o mesmo e as cidades surgiriam...” (João Ribeiro, História do Brasil.)

Baseando-se no texto, é correto afirmar que as cidades e as vilas, durante o período colonial brasileiro:

a) foram uma adaptação dos portugueses ao modelo africano de aldeias junto aos fortes para proteção contra ataques das tribos inimigas.

b) surgiram a partir de missões indígenas, de feiras do sertão, de pousos de passagem, de travessia dos grandes rios e próximas aos fortes do litoral.

c) situavam-se nas áreas de fronteiras para facilitar a demarcação dos territórios também disputados por espanhóis e holandeses.

d) foram núcleos originários de engenhos construídos perto dos grandes rios para facilitar as comunicações e o transporte do açúcar.

 


10. (UFPE) Sobre o processo brasileiro de aculturação ocorrido no período colonial é falso afirmar que:

a) mitos e lendas indígenas provocaram mudanças na cultura religiosa portuguesa do século XVI, em Portugal.

b) a pesca, a caça e os frutos do Brasil serviram como base alimentar na culinária colonial luso-brasileira.

c) o uso do algodão entre os nativos brasileiros para a fabricação de redes foi reutilizado pelos colonos portugueses para a confecção de tecidos rústicos.

d) o cultivo entre algumas tribos brasileiras de frutas, milho e tubérculos foi rapidamente incorporado à agricultura de subsistência entre colonos portugueses.

e) a cultura do fumo utilizada por nativos brasileiros tornou-se um dos hábitos culturais mais apreciados pelos europeus.

 


11. Essa medida, decretada pelo príncipe D. João de Bragança, praticamente eliminou o exclusivo metropolitano sobre o comércio da Colônia, desferindo um golpe mortal no Pacto Colonial luso, além de constituir o primeiro grande passo para a independência efetiva do Brasil. Trata-se da(o):

a) Abertura dos Portos Brasileiros às Nações Amigas.

b) Grito do Ipiranga.

c) Alvará de Liberdade Industrial.

d) Elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves.

e) Fundação do Banco do Brasil.

 


12. (Fuvest-SP) A divisão do Brasil em capitanias hereditárias não seria apenas a primeira tentativa oficial de colonização portuguesa na América, mas também a primeira vez que europeus transportaram um modelo civilizatório para o Novo Mundo. A esse respeito é correto afirmar que:

a) o modelo implantado era totalmente desconhecido dos portugueses e cada donataria tinha reduzidas dimensões.

b) representava uma experiência feudal em terras americanas, sem nenhum componente econômico mercantilista.

c) atraiu sobretudo a alta nobreza pelas possibilidades de lucros rápidos.

d) a Coroa, com sérias dívidas, transferia para os particulares as despesas da colonização, temendo perder a colônia para os estrangeiros que ameaçavam nosso litoral.

e) o sistema de capitanias fracassou e não deixou como consequências a questão fundiária e a estrutura social excludente.

 


13. (PUC-PR) Durante o período colonial brasileiro, os forais eram documentos que estabeleciam direitos e deveres aos donatários. Os principais deveres eram:

a) respeitar o monopólio real sobre o pau-Brasil, as drogas e especiarias, pagar o dízimo sobre a renda e o quinto sobre o ouro.

b) explorar o interior, desenvolver a economia canavieira e escravizar os indígenas.

c) cobrar impostos, exercer justiça e pagar o quinto sobre os metais.

d) respeitar os direitos aduaneiros da metrópole, conceder sesmarias e fundar povoados.

e) aumentar a exploração do pau-Brasil, desenvolver as atividades mineradoras e catequizar os indígenas.

 


14. (Fatec-SP) Não tendo capital necessário para realizar a colonização do Brasil, pois atravessava uma série crise econômica, Portugal decidiu adotar o sistema de capitanias hereditárias.

É correto afirmar que:

a) as capitanias foram entregues a capitães-donatários, com o compromisso de promoverem seu povoamento e exploração; contudo, poucos eram os direitos e os privilégios que recebiam em troca.

b) o sistema foi adotado devido à presença de estrangeiros no litoral, à péssima situação econômico-financeira de Portugal e a seu sucesso nas Ilhas do Atlântico.

c) as capitanias eram pessoais, transferíveis, inalienáveis e não podiam ser passadas para seus herdeiros.

d) o sistema era regulamentado por dois documentos: a Carta de Doação e o Foral, sendo que na Carta de Doação vinham detalhados os direitos e deveres dos donatários, além dos impostos e tributos a serem pagos.

e) a administração política da colônia tornou-se centralizada, assim como a da Metrópole.

 


15. (UERJ) Um dos principais problemas brasileiros da atualidade é a questão da concentração da propriedade da terra. Os meios de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal) trazem, todos os dias, matérias sobre invasões promovidas por camponeses sem terra, mas a falta de terra para quem realmente trabalha nela não é um problema atual. Um instrumento de distribuição de terra do período colonial que comprova a longa duração deste problema no Brasil é:

a) o Regimento Geral.

b) a Carta de Sesmaria.

c) os Tratados de Saragoça.

d) o Tratado de Tordesilhas.


GABARITO