QUESTÕES SOBRE
BRASIL COLÔNIA II
1. (Mack-2004) (...)
o número de refinarias, na Holanda, passara de 3 ou 4 (1595) para 29 (1622),
das quais 25 encontravam-se em Amsterdã, que se transformara no grande centro
de refino e distribuição do açúcar na Europa.
Elza Nadai e Joana Neves
A respeito do aumento de interesse, por parte dos holandeses, não apenas
na refinação do açúcar brasileiro, mas também no transporte e distribuição
desse produto nos mercados europeus, acentuadamente no século XVII, é correto
afirmar que:
a) com a União Ibérica
(1580-1640), os holandeses desejavam conquistar militarmente o litoral
nordestino para obter postos estratégicos na luta contra a Espanha.
b) a ocupação de
Salvador, em 1624, por tropas flamengas, foi um sucesso, do ponto de vista
militar, para diminuir o poderio de Filipe II, rei da Espanha.
c) a criação da
Companhia das Índias Ocidentais foi responsável pela conquista do litoral
ocidental da África, do nordeste brasileiro e das Antilhas, visando obter
mão-de-obra para as lavouras antilhanas.
d) o domínio holandês,
no nordeste brasileiro, buscava garantir o abastecimento de açúcar, controlando
a principal região produtora, pois foi graças ao capital flamengo, que a
empresa açucareira pode ser instalada na colônia.
e) a Companhia das
Índias Ocidentais, em 1634, na luta pela conquista do litoral nordestino,
propõe a proteção das propriedades brasileiras submetidas à custódia holandesa,
porém, em troca, os brasileiros não poderiam manter sua liberdade religiosa.
2. (FUVEST-2007) No Brasil, os escravos
1. trabalhavam tanto no
campo quanto na cidade, em atividades econômicas variadas.
2. sofriam castigos
físicos, em praça pública, determinados por seus senhores.
3. resistiam de
diversas formas, seja praticando o suicídio, seja organizando rebeliões.
4. tinham a mesma
cultura e religião, já que eram todos provenientes de Angola.
5. estavam proibidos
pela legislação de efetuar pagamento por sua alforria.
Das afirmações acima, são verdadeiras apenas
a) 1, 2 e 4.
b) 3, 4 e 5.
c) 1, 3 e 5.
d) 1, 2 e 3.
e) 2, 3 e 5.
3. (ENEM-2007) A
identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de
pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas
e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa
com o descobrimento, no século XV, do continente africano e de seus habitantes
pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que abriu o caminho às
relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e,
enfim, à colonização do continente africano e de seus povos.
K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade
negra no Brasil. In: Diversidade na educação: reflexões e experiências.
Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37.
Com relação ao assunto tratado no texto acima, é correto afirmar que
a) a colonização da
África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.
b) a existência de
lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse
continente.
c) o surgimento do
tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil.
d) a exploração da
África decorreu do movimento de expansão europeia do início da Idade Moderna.
e) a colonização da
África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.
4. (Mack-2007) Fundamental
para a estruturação do sistema colonial português na Idade Moderna, o chamado
“exclusivo colonial” visava, sobretudo a
a) estimular nas
colônias uma política de industrialização que permitisse à Metrópole concorrer
com suas rivais industrializadas.
b) reservar a grupos ou
a companhias privilegiadas — ou mesmo ao Estado — o comércio externo das
colônias, tanto o de importação quanto o de exportação.
c) restringir a tarefa
de doutrinação dos indígenas americanos exclusivamente aos membros da Companhia
de Jesus, assegurando, dessa forma, o poder real entre os povos nativos.
d) impedir, nas
colônias, o acesso de fidalgos mazombos a cargos administrativos importantes,
reservados a fidalgos reinóis.
e) orientar a produção
agrícola conforme as exigências da população colonial, evitando por esse meio
crises de abastecimento de alimentos nos centros urbanos.
5. (ESPM-2007) Numa
economia como a brasileira – particularmente em sua primeira fase – é preciso
distinguir dois setores bem diferentes da produção. O primeiro é dos grandes
produtos de exportação, o outro é das atividades acessórias cujo fim é manter
em funcionamento aquela economia de exportação.
São sobretudo as que se destinam a fornecer os meios de subsistência à
população empregada nesta última.
(Caio Prado Jr. História Econômica do Brasil)
Assinale a alternativa que traga, respectivamente, um produto de
exportação e uma atividade acessória ou de subsistência praticadas no Brasil
colonial:
a) Açúcar e borracha.
b) Açúcar e mandioca.
c) Açúcar e soja.
d) Café e borracha.
e) Café e soja.
6. (UNIFESP-2007) ... todos os gêneros produzidos junto ao mar podiam conduzir- se
para a Europa facilmente e os do sertão, pelo contrário, nunca chegariam a
portos onde os embarcassem, ou, se chegassem, seria com despesas tais que aos
lavradores não faria conta largá-los pelo preço por que se vendessem os da
Marinha. Estes foram os motivos de antepor a povoação da costa à do sertão.
(Frei Gaspar da Madre de Deus, em 1797.) O texto mostra
a) o desconhecimento
dos colonos das desvantagens de se ocupar o interior.
b) o caráter litorâneo
da colonização portuguesa da América.
c) o que àquela altura
ainda poucos sabiam sobre as desvantagens do sertão.
d) o contraste entre o
povoamento do nordeste e o do sudeste.
e) o estranhamento do
autor sobre o que se passava na região das Minas.
7. (VUNESP-2008) Há uma encruzilhada de três estradas sob a minha cruz de estrelas
azuis: três caminhos se cruzam – um branco, um verde e um preto – três hastes
da grande cruz/ E o branco que veio do norte, e o verde que veio da terra, e o
preto que veio do leste derivam, num novo caminho, completam a cruz/ unidos num
só, fundidos num vértice. (Guilherme de Almeida, Raça.)
Nessa visão poética da história do povo brasileiro, o autor
a) refere-se ao domínio
europeu e à condição subalterna dos africanos na formação da
nacionalidade.
b) trata dos seus três
grupos étnicos, presentes desde a colonização, mesclados numa síntese nacional.
c) critica o papel
desempenhado pelos jesuítas sobre portugueses, índios e negros na época
colonial.
d) expressa ideias e
formas estéticas do movimento romântico do século XIX, que enaltecia a cultura
negra.
e) elogia o movimento
nacionalista que resultou na implantação de regimes políticos autoritários no
Brasil.
8. (UFPR-2009) Sobre
a ocupação holandesa do nordeste brasileiro em 1630, é correto afirmar:
a) Os holandeses
exploravam e financiavam a indústria açucareira brasileira mesmo antes da
ocupação do nordeste.
b) A principal
instituição europeia contrária aos objetivos expansionistas dos holandeses no
Brasil foi a poderosa Companhia das Índias Ocidentais.
c) A ocupação holandesa
encontrou sua mais persistente oposição entre os senhores de engenho da região.
d) Maurício de Nassau,
governador do território ocupado pelos holandeses, restringiu a liberdade
religiosa e selou uma vigorosa aliança com a Igreja Católica.
e) O domínio holandês
no nordeste do Brasil agravou o crônico problema da agricultura de subsistência
na colônia, pois todos os recursos naturais e humanos foram direcionados à
produção de açúcar.
9. (Mack-2009) Na
historiografia brasileira, encontramos um debate que procura responder à
seguinte questão: tendo em vista sua estrutura geral, poderíamos classificar o
Brasil-colônia como um exemplo tardio de Feudalismo?
Analisando a estrutura colonial brasileira, podemos refutar a hipótese
de Brasil feudal, considerando que
a) a produção colonial,
embora agrícola, visava ao abastecimento do mercado externo, obedecendo à
lógica do Capitalismo Comercial.
b) o controle político
das Capitanias Hereditárias esteve, exclusivamente, nas mãos dos donatários,
oriundos da alta nobreza portuguesa.
c) o progresso da
colônia assentava-se sobre a servidão coletiva imposta a índios e africanos.
d) a economia colonial
desenvolveu um comércio interno insignificante, sobretudo durante o ciclo da
mineração.
e) a sociedade colonial
era, juridicamente, classificada como estamental, tendo em vista a
impossibilidade legal de libertação de escravos.
10. (FGV-2002) “O
espaço fechado e o calor do clima, a juntar ao número de pessoas que iam no
barco, tão cheio que cada um de nós mal tinha espaço para se virar, quase nos
sufocavam. Esta situação fazia-nos transpirar muito, e pouco depois o ar ficava
impróprio para respirar, com uma série de cheiros repugnantes, e atingia os
escravos como uma doença, da qual muitos morriam”.
(Relato do escravo Olaudah Equiano. Apud ILIFFE, J., Os africanos.
História dum continente. Lisboa, Terramar, 1999, p. 179.)
A respeito do tráfico negreiro, é correto afirmar:
a) Foi praticado
exclusivamente pelos portugueses que obtiveram o direito de asiento, ou seja,
direito ao fornecimento de escravos às plantações tropicais e às minas da
América espanhola e anglo-saxã.
b) Tornou-se uma
atividade extraordinariamente lucrativa e decisiva no processo de acumulação
primitiva de capitais que levou ao surgimento da sociedade industrial.
c) Foi combatido pelos
holandeses à época de sua instalação em Pernambuco, o que provocou a revolta da
população luso-brasileira em meados do século XVII.
d) Tornou-se alvo de
divergências entre dominicanos, que defendiam o tráfico e a escravidão dos
africanos, e os jesuítas, contrários tanto ao tráfico quanto à escravidão.
e) O aperfeiçoamento do
transporte registrado no século XIX visava diminuir a mortandade dos escravos
durante a travessia do Atlântico, atenuava as críticas ao tráfico e ainda
ampliava a margem de lucros.
11. (Mack-2005) Em
1555, um dos mais importantes líderes do protestantismo francês, o Almirante
Coligny, enviou uma expedição à América. Em novembro desse mesmo ano, sob o
comando de Nicholas Durand de Villegaignon, a expedição chegou ao atual Estado
do Rio de Janeiro, onde construiu o forte Coligny e fundou uma colônia
denominada França Antártica.
Destaca-se, entre as razões que motivaram a fundação dessa colônia, a:
a) disputa pela posse
das lavouras açucareiras implantadas no território brasileiro.
b) luta pelo controle
do porto de Paraty, por onde era exportada a produção de ouro.
c) retaliação aos
católicos pelo massacre de protestantes na “Noite de São Bartolomeu”.
d) disputa pela
hegemonia do comércio de pau-brasil para a manufatura têxtil.
e) necessidade de
ampliar o controle territorial francês até a foz do Rio da Prata.
12. (UNIFESP-2004) Estima-se que, no fim do período colonial, cerca de 42% da
população negra ou mulata era constituída por africanos ou afro-brasileiros
livres ou libertos. Sobre esse expressivo contingente, é correto afirmar que
a) era o responsável
pela criação de gado e pela indústria do couro destinada à exportação.
b) vivia, em sua maior
parte, em quilombos, que tanto marcaram a paisagem social da época.
c) possuía todos
os direitos, inclusive o de participar das Câmaras e das irmandades leigas.
d) tinha uma situação
ambígua, pois não estava livre de recair, arbitrariamente, na escravidão.
e) formava a
mão-de-obra livre assalariada nas pequenas propriedades que abasteciam as
cidades.
13. (Mack-2004)
Folga, nego, branco não vem cá;
Se vier, o diabo há de levar.
Samba, nego, branco não vem cá;
Se vier, pau há de levar.”
Cantiga de Quilombo, dança folclórica alagoana
Sobre a utilização do trabalho escravo, podemos afirmar que:
a) a submissão dos
indígenas foi eficiente, pois eles não ofereciam resistência à dominação, já
que eram familiarizados com o meio ambiente.
b) a escravização dos
indígenas não foi satisfatória, pela oposição das ordens religiosas, apesar do
apoio da legislação oficial à utilização desses indivíduos.
c) a Igreja católica
condenava a imposição da escravidão aos africanos e estimulava as fugas, em
protesto contra as práticas cruéis.
d) a habilidade dos
africanos em atividades como a criação de animais e a agricultura era uma das
vantagens oferecidas, apesar de os africanos serem menos resistentes às
epidemias.
e) a utilização dos
escravos africanos permitia aumentar o lucro gerado pelo tráfico
intercontinental, apesar de os africanos resistirem à dominação, organizando-se
em quilombos.
14. (VUNESP-2006) Efetivamente, ocorriam casamentos mesmo entre os escravos. É
preciso lembrar que a Igreja incumbia os senhores de manter seus cativos na
religião católica, responsabilizando-os pelo acesso aos sacramentos e ritos de
culto. Dessa forma, o casamento era não só forma de aculturação, mas também de
estabilidade nos plantéis, desestimulando fugas e mesmo as alforrias,
revertendo sempre no interesse do próprio senhor.
Como exemplo, no Serro Frio, Francisca da Silva de Oliveira, a conhecida
Chica da Silva, casava sistematicamente seus escravos. Em 30 de julho de 1765,
na matriz de Santo Antônio do Tejuco, casaram-se seus escravos Joaquim Pardo e
Gertrudes Crioula.
(Júnia Ferreira Furtado, Cultura e sociedade no Brasil colônia.)
Assim, para os senhores de escravos, permitir e incentivar o casamento
dos seus escravos significava
a) se contrapor aos
interesses da Igreja Católica, que defendia os rituais religiosos apenas aos
homens livres.
b) ampliar, de maneira
substancial, as ocorrências de alforrias das crianças nascidas desses
casamentos.
c) resgatar as
tradições culturais e religiosas dos povos africanos, garantindo o casamento
entre pessoas da mesma etnia.
d) ter escravos
disciplinados para o trabalho e menos propensos aos atos de rebeldia contra a
escravidão.
e) evitar as uniões
entre africanos e colonizadores brancos, em nome do projeto de
“embranquecimento” do Brasil.
15. (UFTM-2007) (...)
outros tipos de negociação iam pouco a pouco se tornando parte do sistema
escravista, que ao longo dos séculos assumiu formas diversas, mudando junto com
a sociedade brasileira. Assim, se legalmente os escravos não tinham nenhum
direito, podendo seus senhores condená-los à morte ou vendê-los quando bem
entendessem, por meio da constante resistência à opressão eles foram
estabelecendo limites a esta e construindo um senso comum, segundo o qual
algumas atitudes, como separar famílias (...) ou aplicar castigos brutais (...)
passaram a não ser aceitas pelo conjunto da sociedade. Por outro lado, no
século XIX já eram muitas as críticas com relação ao uso do trabalho escravo
(...).
Apesar de muitas rebeliões terem sido planejadas na região das minas,
principalmente no início do século XVIII, as que chegaram mais longe
aconteceram no Recôncavo Baiano (...) no início do século XIX.
(Marina de Mello e Souza, África e Brasil Africano)
De acordo com a autora, as formas de resistência dos escravos
a) limitaram-se à
região nordestina, com os quilombos, no período colonial.
b) não conseguiram
apoio de outros setores da sociedade, mesmo no século XIX.
c) encontraram sua
maior expressão nas rebeliões nas áreas mineradoras.
d) dependeram apenas da
boa vontade dos senhores em aceitar suas reivindicações.
e) não se restringiram
à violência, chegando até à negociação com os senhores.
GABARITO
0 Comentários