1. (Ufes) "Confederação
do Equador: Manifesto Revolucionário
Brasileiros do Norte! Pedro de
Alcântara, filho de D. João VI, rei de Portugal, a quem vós, após uma estúpida
condescendência com os Brasileiros do Sul, aclamastes vosso imperador, quer
descaradamente escravizar-vos. Que desaforado atrevimento de um europeu no
Brasil. Acaso pensará esse estrangeiro ingrato e sem costumes que tem algum
direito à Coroa, por descender da casa de Bragança na Europa, de quem já somos
independentes de fato e de direito? Não há delírio igual (...)."
(Ulysses de Carvalho Brandão.
A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR. Pernambuco: Publicações Oficiais, 1924).
O texto dos Confederados de
1824 revela um momento de insatisfação política contra a
a) extinção
do Poder Legislativo pela Constituição de 1824 e sua substituição pelo Poder
Moderador.
b) mudança
do sistema eleitoral na Constituição de 1824, que vedava aos brasileiros o
direito de se candidatar ao Parlamento, o que só era possível aos portugueses.
c) atitude
absolutista de D. Pedro I, ao dissolver a Constituinte de 1823 e outorgar uma
Constituição que conferia amplos poderes ao Imperador.
d) liberalização
do sistema de mão-de-obra nas disposições constitucionais, por pressão do grupo
português, que já não detinha o controle das grandes fazendas e da produção de
açúcar.
e) restrição
às vantagens do comércio do açúcar pelo reforço do monopólio português e
aumento dos tributos contidos na Carta Constitucional.
2. (Ufsm) O
tratado assinado entre o Brasil e a Inglaterra, em 1827, ratificava os tratados
de 1810. Em decorrência, a crise econômico-financeira do Brasil se aprofundou,
gerando conflitos políticos e econômicos que
a) promoveram
a desanexação da Província de Cisplatina e o aumento da dívida externa
brasileira com os Estados Unidos, pois este exportava algodão para o Brasil em
grande quantidade.
b) propiciaram
a outorga da primeira Constituição Brasileira e a criação do Banco do Brasil,
com o fim de emitir papel-moeda para comprar charque da região do Prata.
c) originaram
a Confederação do Equador e o necessário aumento da produção e exportação do
açúcar para equilibrar as contas públicas brasileiras.
d) determinaram
o retorno imediato de D. Pedro I para Portugal e o fim do tráfico negreiro para
o Brasil, o que prejudicou a produção do tabaco e o comércio desse produto com
a Inglaterra.
e) resultaram
na abdicação de D. Pedro I e no aumento do déficit público e dos empréstimos
externos, ampliando as importações da Grã-Bretanha.
3. (Fuvest) Houve
um estremecimento nas relações entre os Estados inglês e brasileiro, na
primeira metade do século XIX, em consequência da forte pressão que a
Inglaterra exerceu sobre o Brasil a partir do reconhecimento da Independência
(1826).
Tais pressões decorreram
a) da
anexação do Uruguai por D. Pedro e da sua transformação em Província
Cisplatina, limitando o comércio inglês no Prata.
b) da
oposição inglesa aos privilégios alfandegários concedidos, desde 1819, aos
produtos portugueses importados pelo Brasil.
c) dos
incentivos do governo brasileiro à exportação de algodão, o que tornava este
produto mais barato do que o produzido nas colônias britânicas.
d) do
início da imigração europeia para o Brasil, fato que poderia levar à
industrialização e à diminuição das importações de produtos ingleses.
e) da
oposição do Estado inglês ao tráfico negreiro que o governo brasileiro, depois
de resistir, proibiu, em 1850.
4. (Ufsm) A
independência política brasileira (7 de setembro de 1822) foi resultado de um
acordo entre as elites dominantes, caracterizando-se pela manutenção da forma
de governo (monarquia), da base produtiva (escravismo - monocultura -
latifúndio) e pela vinculação do Brasil à esfera de influência da Inglaterra,
principal potência industrial da época.
Com relação à vinculação do
Brasil à Inglaterra, analise as afirmações a seguir, indicando se são
verdadeiras (V) ou falsas (F).
(__) Os
acordos de independência do Brasil feitos com Portugal, em 1810, previam que o
primeiro deveria assumir a dívida lusa com a Inglaterra.
(__) A
manutenção dos acordos firmados por Portugal e Inglaterra em 1810 e os
investimentos de capitais ingleses no Brasil contribuíram para a dependência
econômica brasileira em relação a Inglaterra.
(__) A
manutenção do Brasil sob a esfera de influência inglesa está diretamente
relacionada à necessidade de assegurar o mercado brasileiro aos produtos
ingleses.
(__) Havia
interesse tanto dos membros do Partido Brasileiro quanto de integrantes da
burguesia inglesa no fim do pacto colonial e na manutenção das relações
existentes entre o Brasil e a Inglaterra.
(__) A
manutenção do acordo de Methuen (1703) selou a dependência brasileira em
relação a Inglaterra.
A sequência correta é
a) V
- F - V - F - F.
b) V
- V - F - F - F.
c) F
- V - F - V - V.
d) V
- V - F - V - F.
e) F
- V - V - V - V.
5. (Unirio) Ao
compararmos os processos de formação dos Estados Nacionais no Brasil e na
América Hispânica, no século XIX, podemos afirmar que:
a) a
unidade brasileira foi garantida pela existência de uma monarquia de base
popular, enquanto que o caudilhismo, na América Hispânica, impediu qualquer
tipo de participação das camadas mais baixas da população.
b) a
unidade brasileira relacionou-se, exclusivamente, ao forte carisma dos
representantes da Casa de Bragança, enquanto, na América Hispânica, não surgiu
nenhuma liderança que pudesse aglutinar os diversos interesses em disputa.
c) as
diferenças regionais, no Brasil, não ofereceram nenhum obstáculo à obra
centralizadora em torno da Coroa, ao passo que na América Hispânica as
diferenças regionais contribuíram para a sua fragmentação.
d) os
interesses ingleses, na América Hispânica, eram mais presentes e foram os
únicos determinantes da sua fragmentação, ao passo que no Brasil aqueles
interesses não existiram de maneira tão marcante, de forma a impedir a obra da
centralização.
e) não
existiu, na América Hispânica, uma facção oligárquica hegemônica que
conseguisse levar adiante a obra da unidade, enquanto no Brasil os interesses
escravistas aglutinaram as elites em torno de um projeto centralista.
6. (Pucmg) Em
1823, o capitão mulato Pedro Pedroso comandou tropas formadas por mestiços e
negros que entoavam, pelas ruas de Recife, a seguinte quadra:
"MARINHEIROS E CAIADOS
TODOS DEVEM SE ACABAR
PORQUE SÓ PARDOS E PRETOS
O PAÍS DEVEM HABITAR"
Tal episódio, associado à
Confederação do Equador, movimento revoltoso ocorrido durante o Primeiro
Reinado, demonstra:
a) o
caráter democrático presente no processo de constituição do Estado nacional
brasileiro.
b) o peso
das massas populares na condução da vida política do país logo após a
independência.
c) a
força do movimento abolicionista e sua capacidade de mobilização dos segmentos
sociais.
d) a
radicalização do movimento com a participação popular, gerando temor na elite
agrária.
7. (Ufes) O
banco que financiou a independência O Rothschild é o mais antigo banco de
investimentos do mundo [...]. Foram os Rothschild que deram o primeiro
financiamento ao Brasil independente, em 1825.
"O Globo" - 21/9/98.
O texto refere-se à dívida
externa do Brasil no Primeiro Reinado, contraída com banqueiros ingleses, quase
sempre com a casa Rothschild. O Brasil começava sua história como país
independente, acumulando dívidas com banqueiros internacionais, situação ligada,
entre outras, à/ao
a) legislação
que visava à contenção das importações de supérfluos, o que causava prejuízos
aos comerciantes.
b) redução
do tráfico de escravos no Brasil, especialmente para o Nordeste, em troca do
direito de os comerciantes brasileiros abasteceram com exclusividade algumas
colônias inglesas, fato que endividava o país.
c) acordo
sobre compensações, que previa o pagamento a Portugal de uma indenização em
libras esterlinas em troca do reconhecimento da independência do Brasil.
d) rompimento
de relações diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos, que não
concordaram com as taxas alfandegárias, medida que resultou na diminuição da
receita tributária do país.
e) aumento
do déficit público causado pelas despesas com a defesa das fronteiras
brasileiras, devido às rivalidades políticas com a França.
8. (Ufrn) Em
1824, D. Pedro I assim se pronunciou:
Chegou o momento em que o véu
da impostura, com que os demagogos, inimigos do Império e da nossa felicidade,
vos têm até agora fascinado, vai cair por terra.
Para iludirem vossa boa-fé,
inflamarem vossa imaginação a poderem arrastar-vos cegamente a sistemas
políticos reprovados pelas lições da experiência, absolutamente incompatíveis
com a vossa situação, e em que só eles ganhavam, separando-vos da união geral
de todas as províncias, indispensável para a consolidação e segurança da nossa
Independência, fizeram-vos crer que uma facção vendida a Portugal dirigia as
operações políticas deste Império para submetê-lo ao antigo domínio dos
Portugueses e ao despotismo do seu governo.
Apud COSTA, F. A. Pereira da.
"Anais pernambucanos". 2. ed. Recife: FUNDARPE, 1983 v.9. p.52-53.
No discurso acima, o imperador
D. Pedro I pronunciou-se sobre a Confederação do Equador. É correto afirmar que
essa Confederação
a) opunha-se
à pretensão de D. Pedro I de unir as coroas portuguesa e brasileira, o que
representaria a recolonização do Brasil.
b) desejava
instalar uma monarquia parlamentarista, estabelecendo limites aos poderes
absolutistas de D. Pedro I.
c) posicionava-se
contra os privilégios portugueses, incluídos por D. Pedro I no projeto
constitucional de 1823.
d) pretendia
implantar uma República independente no Nordeste, contrariando o projeto de
unidade nacional centrado em D. Pedro I.
9. (Ufes) "Havendo
Eu convocado, como tinha direito de convocar, a Assembleia Geral Constituinte e
Legislativa, por decreto de 3 de junho do ano próximo passado, a fim de salvar
o Brasil dos perigos que lhe estavam iminentes, e havendo a dita Assembleia
perjurado ao tão solene juramento que prestou à nação de defender a integridade
do Império, sua independência e a minha dinastia: Hei por bem dissolver a mesma
Assembleia..."
LINHARES, M. Y. "História
Geral do Brasil". Rio de Janeiro: Campus, 1996. A passagem acima é parte
integrante do Decreto de D. Pedro I, de 12 de novembro de 1823, que mandava
cercar e evacuar o prédio no qual estava instalada a primeira Assembleia
Constituinte do Brasil.
Essa Constituinte foi fechada
porque
a) defendia
a dupla cidadania - Brasil e Portugal - para brasileiros e portugueses
residentes no Brasil.
b) previa,
no projeto da Constituição em pauta, uma monarquia absolutista, na qual o
monarca era uma figura inviolável.
c) ousou
desafiar o projeto de soberania do Imperador, tirando-lhe o direito não só de
vetar, mas também de sancionar os atos dos constituintes.
d) era
dominada pelo Partido Português, que defendia uma Monarquia Parlamentar como
Reino Unido a Portugal.
e) inseriu
no projeto da Constituição o Quarto Poder, o Moderador, que deveria ser
exercido pelo Imperador.
10. (Pucpr) Portugal
resistiu à nossa Independência, procurando revertê-la, inclusive pela via das
armas. Com respeito à oposição lusitana, quais das alternativas estão corretas?
I - O
envio ao Brasil, de uma frota que bombardeou o Rio de Janeiro em 1823, sendo
rechaçada a seguir.
II - A
resistência, na Bahia, das tropas do Brigadeiro Madeira de Melo, até 1823.
III - A
busca de apoio Militar Britânico, por parte de Portugal.
IV - A
dissolução da Constituinte de 1823 por D. Pedro, de origem portuguesa, e
hostilizado pelos deputados.
V - Resistência
militar portuguesa no Maranhão, Pará, Piauí e Cisplatina.
a) I,
III e IV.
b) II,
III e V.
c) apenas
I e III.
d) apenas
II e V.
e) apenas
III e IV.
11. (Fgv) "A
propagação das ideias republicanas, antiportuguesas e federativas (...) ganhou
ímpeto coma presença no Recife de Cipriano Barata, vindo da Europa, onde
representava a Bahia nas Cortes. É importante ressaltar (...) o papel da
imprensa na veiculação de críticas e propostas políticas (...). Os Andradas,
que tinham passado para a oposição depois das medidas autoritárias de D. Pedro,
lançaram seus ataques através de 'O Tamoio'; Cipriano Barata e Frei Caneca
combateram a monarquia centralizada, respectivamente na 'Sentinela da
Liberdade' e no 'Íbis Pernambucano'."
(Boris Fausto, "História
do Brasil")
A conjuntura exposta no texto
anterior refere-se à emergência da:
a) Rebelião
Praieira.
b) Cabanagem.
c) Balaiada.
d) Sabinada.
e) Confederação
do Equador.
12. (Mackenzie) Está
aí explicação para a originalidade do Brasil na América Latina: manter a
unidade e ser durante o século XIX a única monarquia da
América. (Caceres - "História do Brasil")
Assinale a alternativa que
justifica a frase anterior.
a) A
unidade e a monarquia interessavam à elite proprietária que temia o fim do
trabalho escravo e as lutas regionais, daí a independência feita de cima para
baixo.
b) A
forma de governo monárquico fora imposição da Inglaterra para reconhecer nossa
independência.
c) Os
líderes da aristocracia rural eram abolicionistas e republicanos e relutavam em
aceitar o governo monárquico.
d) O
separatismo nunca esteve presente em nossa História, nem na fase colonial e
tampouco no império.
e) Os
liberais no Brasil da época não temiam a haitização do país, já que defendiam o
fim da escravidão e amplos direitos à população.
13. (Ufrs) Durante
a primeira metade do século XIX, Pernambuco foi palco de diversos movimentos
sociais contra o poder do Império luso ou brasileiro. A respeito das motivações
destas revoltas, analise as seguintes afirmativas.
I - A
Revolução de 1817, ocorrida durante o período joanino, foi uma reação contra a
opressão econômica da Corte portuguesa "transferida" ao Brasil sobre
as províncias nordestinas.
II - A
Confederação do Equador foi decorrente dos desmandos autoritários de Pedro I,
que dissolveu a Assembleia Constituinte no Rio de Janeiro, outorgando a
Constituição de 1824, e interveio nas províncias nordestinas.
III - A
Revolução Praieira representou o ápice do liberalismo radical em Pernambuco,
combatendo as elites agrárias, os comerciantes estrangeiros e os representantes
da monarquia.
Quais estão corretas?
a) Apenas
I.
b) Apenas
I e II.
c) Apenas
I e III.
d) Apenas
II e III.
e) I, II
e III.
14. (Ufc) A
respeito da Independência do Brasil é correto afirmar que:
a) implicou
em transformações radicais da estrutura produtiva e da ordem social, sob o
regime monárquico.
b) significou
a instauração do sistema republicano de governo, como o dos outros países da
América
Latina.
c) trouxe
consigo o fim do escravismo e a implementação do trabalho livre como única
forma de trabalho e o fim do domínio metropolitano.
d) implicou
em autonomia política e em reformas moderadas na ordem social decorrentes do
novo status político.
e) decorreu
da luta palaciana entre João VI, Carlota Joaquina e Pedro I, que teve como
consequência imediata a abertura dos portos.
15. (Unesp) Brasileiros
do norte! Pedro de Alcântara, filho de d. João VI, rei de Portugal, a quem vós
por uma estúpida condescendência com os brasileiros do sul aclamastes vosso
imperador, quer descaradamente escravizar-nos (...). Não queremos um imperador
criminoso, sem fé nem palavras; podemos passar sem ele! Viva a Confederação do
Equador! Viva a constituição que nos deve reger! Viva o governo supremo, que há
de nascer de nós mesmos!
(Proclamação de Manuel Paes de
Andrade, presidente da Confederação do Equador, 1824.)
A proclamação de Manuel Paes
de Andrade deve ser entendida
a) no
contexto dos protestos desencadeados pelo fechamento da Assembleia Constituinte
e da outorga, por D. Pedro I, da Carta Constitucional.
b) como
um desabafo das lideranças da região norte do país, que não foram consultadas
sobre a aclamação de D. Pedro.
c) no
âmbito das lutas regionais que se estabeleceram logo após a partida de D. João
VI para Portugal.
d) como
resposta à tentativa de se estabelecer, após 1822, um regime controlado pelas
câmaras municipais.
e) como reação à política
adotada pelo Conselho de Estado, composto em sua maioria por portugueses.
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